Reclamações contra Hapvida na Bahia aumentam, consumidores relatam cancelamentos e negação de exames

 

A crescente insatisfação com os serviços prestados pelo plano de saúde Hapvida na Bahia levou 1.827 consumidores a registrar queixas na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) entre janeiro e agosto de 2024. Entre as principais reclamações estão cancelamentos unilaterais de planos, dificuldades em conseguir atendimento e a recusa na realização de exames importantes.

Em nível nacional, a situação se mostra ainda mais grave, com 40.354 queixas registradas contra a Hapvida no mesmo período. Apenas em agosto, foram 4.482 reclamações formalizadas na ANS, um aumento de 54% em comparação ao mesmo mês de 2023. Na Bahia, o plano apresentou uma leve queda no número de queixas em agosto, com 191 reclamações, mas o volume ainda é considerado alto. Além disso, a ANS instaurou 156 processos contra a empresa nos últimos 12 meses.

A Rádio Metropole tem recebido denúncias frequentes de usuários insatisfeitos com a Hapvida. Um dos casos mais recentes envolve uma mulher que, após passar por duas cirurgias e uma sessão de iodoterapia para tratar um carcinoma, teve negado um exame de Pet Scan, essencial para detectar possíveis células cancerígenas remanescentes. O procedimento, avaliado em R$ 3 mil, foi considerado “desnecessário” pelo plano, forçando a paciente a buscar uma liminar judicial para conseguir realizar o exame, que posteriormente confirmou a presença de uma massa desconhecida.

“Eu já estava com o tratamento praticamente finalizado, que havia sido coberto pelo Hapvida, mas esse exame foi negado porque eles acharam que não era necessário. Só consegui fazer o exame depois de acionar uma advogada e obter uma liminar”, relatou a paciente, que preferiu se manter anônima.

Outro caso relatado ao Repórter Metropole envolve uma mãe cujo filho foi diagnosticado com autismo. Ela enfrentou grandes dificuldades para conseguir os atendimentos de fonoaudiologia e psicologia, serviços essenciais para o tratamento de seu filho. Situações como essa têm gerado descontentamento entre os soteropolitanos, que continuam relatando problemas com a operadora de saúde.

A crescente onda de queixas expõe as fragilidades nos serviços prestados pela Hapvida, especialmente em um momento de maior demanda por cuidados de saúde no país. Enquanto a ANS monitora a situação, os consumidores esperam que suas vozes sejam ouvidas e que medidas sejam tomadas para garantir um atendimento mais eficaz e humano.

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