SAÚDE MENTAL: Você já sentiu-se perdida(o) ?

 

Bianca Benevenuti
Psicóloga- CRP 05/29057
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Comunicação- A difícil arte de se fazer entender. Porque as vezes a comunicação com os filhos, tem se tornado tão difícil nos dias atuais?

Você já sentiu-se perdida ou perdido? Esgotada (o) e sem saber qual atitude tomar em relação a educação de seus filhos?

Já teve a sensação de que todo esforço que você faz para educa-los não surte efeito? Que todas as vezes que você procura ensiná-lo gera discussão e conflito em sua casa?

Certa ocasião, recebi em meu consultório uma família onde a queixa principal era o comportamento de seu filho adolescente na escola. Estava rebelde, agressivo, sem seguir regras. Era aparente o cansaço e a apatia da família. A irritabilidade, a culpa e por consequencia a agressividade eram latentes; embora fosse nítido o amor e o vínculo emocional entre membros da família.

O relacionamento matrimonial e a educação de filhos tem sofrido mudanças na sua forma estrutural ao longo dos anos, mediante advento da tecnologia, a maior busca pelo recurso financeiro, o aumento na quantidade das atividades escolares e sociais; com isso; o hábito das refeições, das brincadeiras lúdicas, das conversas em família que facilitavam o conhecer, o vincular e o comunicar vem diminuindo.

Peter Drunck comenta que: “o mais importante na comunicação é ouvir o que não esta sendo dito”, mas como ouviremos o não dito, se não conseguimos mais ter tempo juntos para ouvir o que já é dito?

Segundo Humberto Maturana, Neurobiólogo, é no conversar que construímos a nossa realidade com o outro. O conversar é um modo particular de viver juntos e coodenar o fazer e o se emocionar. Por isso o conversar é um construtor de realidades. Ao operar a linguagem, mudamos nossa fisiologia. Por isso podemos nos acariciar com palavras. E neste espaço relacional, um pode viver em harmonia com os outros.

Esta não era a realidade no caso da família que recebi no consultório, as conversas, o entendimento haviam mudado para conflitos, cobranças, gritos e culpas. Os pais exaustos e o filho perdido e agressivo.

Se você tem encontrado dificuldades no relacionamento e na comunicação com seus filhos? Veja algumas dicas abaixo:

  • Melhore sua atenção em relação a vida de seu filho; procure saber mais sobre suas atividades diárias, seus amigos, medos e desejos. Converse, solicite que conte como foi o dia, faça considerações, esteja presente, fisicamente e emocionalmente
  • Comunique-se de maneira clara e objetiva, deixando claro a expectativa que você tem sobre determinada tarefa ou situação
  • Não tome decisões sobre a vida de seus filhos sozinho ou sozinha, chame seu esposo ou esposa, decidam juntos e assim compartilhe com seus filhos a decisão tomada, mesmo que não estejam mais casados
  • Não tire autoridade de seu esposo ou esposa na frente de seus filhos
  • Seja firme na decisão que tomarem juntos, mantenha a decisão e cumpra a promessa
  • Procure fazer atividades que envolvam toda a família, pelo menos 2 vezes por semana
  • Não se culpe por ter pouco tempo com seus filhos; pense que pouco tempo com qualidade é mais eficaz que muito tempo sem qualidade
  • Ouça e acolha a opinião de seu filho, pondere antes de dizer não/sim ou simplismente ser reativa
  • Diga que ama

Lembre-se: Os pensamentos influenciam nossas emoções e comportamentos, e quando estes pensamentos não são validados ou checados pioram a maneira de se portar, se em sua família, não existe o hábito da conversa, tudo o que se pensa não é esclarecido, as coisas acontecem, as idéias se formam, os pensamentos tomam forma e geram comportamentos inadequados, pois nada fica claro, tudo fica no achismo, a importância da conversa é exatamente esta. Ou se vive um bem estar estético de uma convivência harmônica, ou um sofrimento da exigência negadora.

Sem conversa, sem diálogo, os pensamentos “voam” sozinhos, gerando imagens e expectativas por vezes fantasiosas, quando se resolve falar, gera conflito. Estes pensamentos estão repletos de emoções reprimidas, desconfiança, tristeza, raiva… a falta de conversa e diálogo aumentam os conflitos, embora conflitos sejam inerentes a vida humana.

Os conflitos podem ser manifestos ( ou seja, escancarados)  ou latentes (ou seja, contidos, não verbalizado): Manifestos se dão de forma aberta e o latente existe quando as pessoas evitam determinado tema e não tornam visivel seu incomodo ou desagrado.

No manifesto latente é onde se estabelecem os maiores conflitos, devido a falta de comunicação; pois a medida que não falo porque tenho medo; seja: medo de me expressar, de ser exposto, de minha opinião não ser bem recebida; me abstenho, mas não resolvo a questão, a tendência é aumentar o incômodo. Igual fermento de pão, quanto mais a massa descansa, mais cresce, mais fermentada fica. Ou a panela de pressão, quanto mais fogo e ela permanece fechada, mais calor e pressão há dentro dela a ponto de explodir.

Se acolho a diferença de pensamento, se converso, existe a maior possibilidade de entendimento, de dar um rumo positivo as diferenças, facilitando a resolução dos conflitos.

Quando entendemos que a conversa é uma ferramenta para resolver os conflitos e dificuldades de relacionamento, olhamos as diferenças de opinião de maneira mais construtiva e não mais apenas como desobediência, perda de autoridade ou rebeldia.

O mundo atual já esta cheio de pessoas sem paciência, com dificuldades em se relacionar, falta de confiança. Sua família, sua casa deve ser o lugar de acolhimento, direção, limite, ensino e amor, através do olho no olho, da proximidade e da conversa franca e amorosa.

Reorganizar as relações entre pais e filhos sobre esta base de diáologo constitui um dos eventos mais marcantes emocionalmente na vida de pais e filhos que possuem dificuldades na comunicação.

Precisando de ajuda para reorganizar as relações? Ligue a agende uma consulta.

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