Psicólogo destaca os malefícios que esse comportamento pode trazer ao indivíduo e quem está à sua volta
O mundo atual faz exigências cada vez mais rigorosas no âmbito profissional, familiar, pessoal e acadêmico. As pessoas estão em uma corrida desenfreada para fazer tudo sem nenhum erro, para superar expectativas, superar os outros, acreditando que tudo isso sairá perfeito. O problema é que atingir todas as exigências que aparecem diante de nós é no mínimo impossível.
De acordo com o psicólogo João Alexandre Borba, “esta situação na grande maioria das vezes pode tornar-se patológica, ao ponto da pessoa deixar de fazer muitas das coisas que fazia e que lhe davam prazer. As pessoas tendem a achar que o perfeccionismo é algo vantajoso, quando não é. Uma coisa é a pessoa ser comprometida e dedicada a fazer algo com qualidade, isso sim seria positivo. Porém, o perfeccionismo traz consigo um sentimento de raiva; a pessoa que é perfeccionista até pode ser aplaudida por sua qualidade, pois os perfeccionistas tendem a ser excelentes naquilo que fazem, mas no final não conseguirão se auto parabenizar”, explica.
Todo perfeccionista tem um olhar que fica atento a algo que ficou faltando, criando um sentimento de incompetência. Ele não consegue executar o feito, por causa do bem feito, o que consiste na perseguição patológica de padrões elevados inatingíveis e pode aparecer associado à ansiedade, depressão e perturbações alimentares. É o sentimento de que: ”Se eu cometer um erro, será catastrófico!”, destaca Borba.
O perfeccionista também se vê afetado nas relações sociais: “ele apresenta uma formação rígida do pensamento que o impede de adaptar-se a diferentes situações, tratando mal pessoas à sua volta, como se todos estivessem atrapalhando. Parece que ele só pode ter prazer depois que concluir todas as tarefas, embora sempre acreditará que as tarefas não foram bem feitas. Então ele se pune, retirando o prazer de si mesmo e se torna uma pessoa rancorosa e amargurada”, pontua o especialista.