IPCA-15 de Maio Apresenta Alta de 0,44%, Segundo IBGE

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (28) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou uma alta de 0,44% em maio. Este índice, que reflete uma prévia da inflação medida por uma cesta de produtos e serviços consumidos pela população, teve um aumento de 0,23 pontos percentuais (p.p) em relação à taxa de abril, que foi de 0,21%.

No acumulado do ano, o IPCA-15 apresenta uma alta de 2,12%, enquanto no período de 12 meses, o índice registra uma elevação de 3,70%, ligeiramente abaixo dos 3,77% observados nos 12 meses anteriores. Em maio de 2023, a taxa foi de 0,51%.

Impacto na Economia

Para o economista e advogado Alessandro Azzoni, o aumento do IPCA-15 pode influenciar a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira. “Se tivermos um impacto diretamente pelo IPCA, podemos ver uma manutenção da taxa Selic, evitando uma nova redução. Na última reunião do Copom, houve uma redução de 0,25%, mas com uma crescente no IPCA, é provável que a taxa Selic seja mantida na próxima reunião”, explicou Azzoni.

Setores em Destaque

O levantamento do IBGE mostrou que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumentos em maio. As maiores variações ocorreram nos setores de Saúde e cuidados pessoais, com alta de 1,07% (0,14 p.p), e Transportes, com 0,77% (0,16 p.p). Outros setores apresentaram variações entre -0,44% (Artigos de residência) e 0,66% (Vestuário).

Newton Marques, economista e membro do Corecon-DF, destacou que a pressão no IPCA-15 deve-se principalmente aos aumentos nos grupos de Saúde e Transportes. “Esses aumentos não são devido ao excesso de demanda, mas sim à elevação dos custos, como a desvalorização cambial que afeta os preços dos transportes e da saúde”, observou Marques.

Variações Regionais

Todas as onze localidades analisadas na pesquisa registraram alta em maio. Salvador teve a maior variação, com 0,87%, impulsionada pelos aumentos na gasolina (6,89%) e na energia elétrica residencial (3,26%). O Rio de Janeiro apresentou o menor índice, com 0,15%, devido à queda nos preços do feijão preto (-10,38%) e das carnes (-1,56%).

Metodologia e Coleta de Dados

O cálculo do IPCA-15 considerou preços coletados entre 16 de abril e 15 de maio de 2024, comparando-os com os preços vigentes de 15 de março a 15 de abril de 2024. A pesquisa abrange famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos em regiões metropolitanas como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

Devido à situação de calamidade pública na região metropolitana de Porto Alegre, a coleta de preços foi intensificada na modalidade remota, complementada por coletas presenciais sempre que possível.

Próxima Divulgação

A próxima divulgação do IPCA-15 será em 26 de junho, quando novos dados sobre a prévia da inflação serão apresentados, oferecendo um panorama atualizado da economia brasileira.

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